segunda-feira, 24 de maio de 2010

A menina e o girassol...


Emprestei pra alguém que não me lembro e que ainda não me devolveu uma porção recheada do meu desejo.
Dei de bandeja a outrem um coração caramelizado, mas ele não gosta de doces, disse-me em fala fraca, voz por entre os dentes...
Tem problema não. Banhei minhas mãos no sal do mar e a despus em direção almejada. Olhou-me, acima das sombras da alameda, suspirou e confessou: Água do mar tá gelada...hum, frio!
Meus pés então correram na direção mais alta que encontraram. Laaaaá onde o sol encontra a grama da terra e crepita-lhe declarações de amor. Pisei no húmus e a lentidão do calor foi amenizando a friagem a que me expus. Mal aquecera os pés e as mãos, coração ja se pôs de prontidão para voar alado na direção do desejo , que ainda perdido, estava disposto a encontrar.
Mas antes que levantasse, o vento segredou-me: aquieta-te aqui, ainda não te aqueceste o suficiente para debelar a friagem que paralisa. Menina inquieta, acalma-te. Olha os girassóis e aproxima-te deles. Eles tem muito a te ensinar.
Decidi então, ficar por lá, até sentir-me preparada. Preparada pra quê? Pra vida, pro sentido que repousa nesse cotidiano que em minucias revela-me segredos da eternidade.
Eu quero aprender. Preciso aprender.
Sabe de uma coisa?
Vou seguindo, e deixo o vento ir acariciando minha face...

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