A sua face, seu sorriso, seu perfume estará guardado na minha caixinha de lembranças felizes. Não há por que esquecer quem se amou e o quão bom outrem nos fez.
Se a vida em seus percalços não me permite estar perto, assim o farei. Distancio-me o tempo necessário para que o coração se aqueça e entenda que a mística do viver consiste justamente em errar, acertar e errar de novo, quantas vezes preciso for. É este processo que bombeia o sangue para as veias da alma. A tessitura que vai formando minha casa interior.
Não permitirei que o coração carregue os desagravos da humanidade. Trevo é assim: ora bem-me-quer ora mal-me-quer. Convido a maturidade a desbravar minhas terras e o respeito para residir em minha tenda, residir e estabelecer moradia em campo por tempos imorredouros. Fique. Sente-se. Conte-me histórias.
Pausa.
Respiro fundo. Olho ao redor e vejo o campo e seus trigais. Caminho.
Sigo. Sento. Respiro e continuo. A cada passo estou mais perto do que é meu.
A visão ainda não permite vislumbrar o porto. Mas vejo lá ao longe uma árvore. A árvore que com sua sombra sugere descanso. Deito. Adormeço. A terra me acolhe em seus braços. O húmus divide com meu corpo sua força criadora. Um dia, me transformará em flor. Mas agora não; agora apenas me ensina a arte do plantar e colher.
Hoje, plantei girassóis.
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